Os transtornos alimentares geralmente apresentam as suas primeiras manifestações na infância e na adolescência. A anorexia, a bulimia e a compulsão alimentar (Transtorno de Compulsão Alimentar) são os transtornos mais comuns. A atual influência negativa da mídia, que enfatiza a “cultura do corpo”, os atuais padrões de beleza que apresentam mulheres subnutridas e a pressão para a magreza que as mulheres sofrem nas sociedades ocidentais (especialmente as adolescentes) parece estar associada com o desencadeamento de comportamentos anoréticos. A Anorexia Nervosa em geral se inicia na infância ou na adolescência. Há uma dieta restritiva, com diminuição da quantidade de alimentos, principalmente os ricos em carboidratos. Há risco de desnutrição, anemia, alterações endócrinas, osteoporose e alterações hidroeletrolíticas, arritmia cardíaca e morte súbita. A integração das abordagens médica, psicológica e nutricional é a base da terapêutica.
A Bulimia nervosa, outro transtorno comum, é rara na infância, e normalmente ocorre após a puberdade. O transtorno é característico das mulheres jovens e adolescentes, e fatores biopsicossociais se relacionam ao transtorno. Há episódios de compulsão alimentar, tentativas frustradas de realização de dietas que gera sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão), vômitos auto-induzidos, uso de laxantes. Estes episódios ocorrem às escondidas na grande maioria das vezes, e vem acompanhado de culpa.
No Transtorno de Compulsão Alimentar, o paciente deseja comer de modo mais rápido do que o normal, até se sentir desconfortavelmente saturado e cheio. Ele pode comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome, muitas vezes esconde os hábitos das pessoas e comer sozinho, sentindo grande culpa com o episódio. A culpa excessiva, alterações no sono e dietas extremamente restritivas reforçam os hábitos. Em alguns casos pode estar associado à obesidade e sobrepeso, mas nem sempre há relação. Oscilações de peso são comuns.
A anorexia nervosa ocorre predominantemente em mulheres jovens, com uma prevalência pontual de 0,28% e taxas de prevalência ao longo da vida oscilando entre 0,3% e 3,7%. No Transtorno de Compulsão alimentar as taxas na Europa, América Latina, Nova Zelândia e EUA variam de 1,9% em adultos e 1,6% em adolescentes, trata-se de transtorno mais comuns em mulheres.
Um acompanhamento bem realizado e tratamento farmacológico nos casos em que forem indicados, evitam os episódios de gravidade e são fundamentais para garantir a melhora da qualidade de vida e o melhor manejo clínico do quadro.
Dra. Christiane Ribeiro
CRM-MG 57238
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